Preservação de fertilidade

A preservação de fertilidade para pacientes com câncer ginecológico é uma realidade graças ao avanço das técnicas cirúrgicas. Pacientes portadoras de câncer de colo uterino, endométrio ou ovário, quando bem selecionadas, podem manter as suas possibilidades de engravidar.

Câncer de colo de útero

A maioria das indicações de procedimentos preservadores da fertilidade é para pacientes com câncer de colo uterino. Dependendo do tamanho da lesão pode ser realizada uma conização ou, em casos de lesões maiores, a traquelectomia radical.

Câncer de ovário

Apesar de mais raros, em alguns casos o câncer de ovário pode surgir em pacientes mais jovens, principalmente aquelas com alguma mutação genética. 

Para que haja a possibilidade de preservar a fertilidade dessas pacientes, é obrigatório que a doença seja restrita a apenas 1 ovário e sem nenhum sinal de doença peritoneal ou linfonodal. Nesses casos, a cirurgia consiste na retirada do ovário doente e preservação do útero e do outro ovário. Também é necessária a retirada dos gânglios linfáticos (linfadenectomia).

Câncer de endométrio

Em casos de pacientes com câncer de endométrio, o tratamento inicial é hormonal. Pode-se utilizar a progesterona por via oral mas há cada vez mais evidências para o uso do DIU. O período de tratamento normalmente é de 6 meses a 1 ano. Durante o tratamento, fazemos um acompanhamento rigoroso, com histeroscopias periódicas para certificar que a doença não voltou. Uma vez terminado o tratamento, a mulher pode engravidar e, após a gestação e o parto realiza-se a histerectomia. Não há consenso sobre quanto tempo após a gestação deve-se realizar a cirurgia.

A condição sine qua non para a indicação de qualquer procedimento com preservação de fertilidade é o desejo da paciente de engravidar! 

Quando bem indicado, o tratamento não interfere na chance da paciente ficar curada. A taxa de sucesso para que a mulher engravide de até 80% dependendo do caso!