Câncer de ovário

O câncer de ovário é uma das neoplasias mais raras do trato ginecológico. Mas é a mais letal delas. Pelo menos 70% das mortes por câncer ginecológico no mundo são por câncer de ovário.

Em aproximadamente 80% dos casos as lesões são esporádicas, ou seja, não têm nenhum fator causal associado. Em 20% dos casos podemos encontrar alguma mutação genética, sendo que a mais importante e frequente é a do gene BRCA. A importância desse dado é tamanha que toda paciente com história pessoal de câncer de ovário deve ser submetida à investigação genética.

Diagnóstico

Como os ovários são órgãos exclusivamente intra-abdominais, não existe um método eficaz para a detecção da doença em pessoas assintomáticas. Além disso, os sintomas do câncer de ovário são inespecíficos (dor e aumento de volume abdominal, alterações intestinais e urinárias). Esses sintomas surgem com frequência  somente em fases tardias da doença, quando já existe o que chamamos de carcinomatose peritoneal (pequenos focos de doença que podem se espalhar por todo o abdome). Naqueles casos em que não há essa disseminação peritoneal é necessário realizar a retirada dos gânglios linfáticos da região pélvica e retroperitoneal, a fim de sabermos a real extensão da doença e tratar adequadamente a paciente.

Tratamento

O tratamento adequado consiste na cirurgia, com ressecção de todos os focos da doença. Não é incomum que tais cirurgias tenham duração bastante longa e sejam de grande complexidade. Em seguida, as pacientes recebem a quimioterapia. Em alguns casos, aqueles em que a doença é muito avançada ou quando a paciente está muito debilitada, podemos inverter a ordem do tratamento e iniciar com a quimioterapia.

Mesmo quando tratado adequadamente a doença pode voltar (recidiva), numa porcentagem que pode chegar a até 75% dos casos. Na doença recidivada, habitualmente o tratamento é exclusivo com quimioterapia. A cirurgia nesses casos depende do tempo em que a doença levou para voltar e o volume de doença.